Empresa de Pouso Alegre é investigada em ação do Ministério Público que apura fraudes em contratos de limpeza pública — Foto: Reprodução |
Uma empresa em Pouso Alegre no Sul de Minas é investigada na ação do Ministério Público que apura fraudes em contratos de limpeza pública em Pirassununga (SP) nesta segunda-feira (4). Segundo o MP, a THV Saneamento teria subornado agentes públicos para ser favorecida em contratos. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A Operação Calliphora visa desarticular organização criminosa dedicada desviar recursos em contratos da Prefeitura de Pirassununga, em meio a investigação de crimes de fraude a licitações, peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo o apurado pelo Ministério Público, a empresa privada de limpeza pública, que tem sede em Pouso Alegre, teria subornado agentes públicos da cidade de SP, incluindo prefeito e secretários municipais, para ser favorecida em contratos de coleta de lixo, varrição e roçagem e receber recursos públicos em desconformidade com os serviços prestados.
Parte dos repasses de valores teria acontecido, conforme as investigações, mediante “triangulação financeira”, com envolvimento de terceirizados da empresa e contas bancárias de parentes ou pessoas indicadas pelos agentes públicos.
A investigação teve como base análise de diversas provas documentais, interceptações das comunicações telefônicas e telemáticas, além de dados e informações de fontes abertas. O exame do material apreendido e outras diligências darão continuidade às apurações.
O jornal entrou em contato com a empresa, mas até a última atualização desta reportagem não havia retorno.
Afastamento e cumprimento de mandados
Foto: Toni Oliveira/jornal O Movimento |
O prefeito de Pirassununga, Dr. José Carlos Mantovani (PP), e dois secretários municipais, Luiz Carlos Montagnero Filho (Governo) e Marcos Alecsandro de Oliveira Moraes (Agricultura), foram afastados de seus cargos na manhã desta segunda-feira, 4, por ordem do Tribunal de Justiça por suspeitas de fraudes em licitações em contratos de serviços de limpeza urbana e corrupção passiva.
Além do prefeito e dos secretários, também foram afastados de seus respectivos cargos o superintendente do Departamento de Águas e Esgoto de Pirassununga (Saerp), Jeferson Ricardo do Couto, e a pregoeira do setor de licitações, cujo nome não foi divulgado.
O 10º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) e o Gaeco do MPSP (Ministério Público de São Paulo) cumprem nesta manhã mandados de busca e apreensão em Pirassununga, para apurar também indícios dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
O que investiga a operação?
A operação foi batizada de Calliphora. O Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo aponta indícios de que uma empresa privada de limpeza urbana com atuação no município teria subornado o prefeito e os secretários para conseguir contratos de prestação de serviços com a prefeitura. Os recursos, segundo os investigadores, seriam repassados por meio de contas em nome de terceiros indicados pelos agentes públicos, entre eles familiares dos investigados.
Quem são os principais alvos da operação?
- José Carlos Mantovani (PP) – prefeito de Pirassununga
- Luiz Carlos Montagnero Filho – secretário municipal de Governo
- Marcos Alecsandro de Oliveira Moraes – secretário municipal de Agricultura
- Jeferson Ricardo do Couto – superintendente do Departamento de Águas e Esgoto do município de Pirassununga (Saerp)
- Uma pregoeira do setor de licitações do município de Pirassununga, cujo nome não foi divulgado pelos investigadores
Com apoio do 10º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) da PM, a operação cumpre 13 mandados de busca e apreensão em Pirassununga, São José do Rio Preto (SP) e Pouso Alegre (MG).
A prefeitura de Pirassununga foi procurada, mas ainda não se manifestou.
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