O plasma é a parte líquida do sangue, que pode ser utilizada para produção de medicamentos - Foto: Ciete Silvério - Governo do Estado de SP |
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta última quarta-feira (4) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Plasma. O texto, que agora vai ao plenário da Casa, permite à iniciativa privada coletar e processar o plasma humano, além de comercializá-lo.
Em nota, a Fiocruz disse que “a aprovação da PEC pode causar sérios riscos à Rede de Serviços Hemoterápicos do Brasil e ao Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados. A comercialização de plasma pode trazer impacto negativo nas doações voluntárias de sangue, pois há estudos que sugerem que, quando as doações são remuneradas, as pessoas podem ser menos propensas a doar por motivos altruístas”.
Além disso, segundo a Fiocruz, esta prática traz riscos para a qualidade e segurança do plasma e pode aumentar as desigualdades sociais.
“Estudos sugerem, por exemplo, que a comercialização pode atrair pessoas em situações financeiras difíceis, dispostas a vender seu plasma, além de facilitar o acesso a pessoas que podem pagar, em detrimento daquelas que não têm condições”, acrescentou a fundação.
Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a aprovação da PEC do Plasma representa um “vampirismo” com o sangue humano. “Essa proposta permite empresas privadas captarem o sangue humano e venderem. É uma PEC que é o verdadeiro vampirismo mercadológico. É autorizar que empresas suguem o sangue da população brasileira“, disse Padilha. (Por Agência Estado - Todos os direitos reservados)